Todo esse bla bla bla sobre segurança, guerra civil no Rio, Rocinha sitiada, imprensa sensacionalista e etc me fez refletir e me ter nostalgia de algumas coisas (não se assustem, eu explicarei a seguir).
Olha, grande parte da minha infância foi no Capão Redondo, isso mesmo q vcs leram: CAPÃO REDONDO. Eu moro na Vila Prel, um bairro q fica entre o Morumbi, Campo Limpo e Jd São Luiz e a 15/ 20 mins do Capão Redondo, estudei até a 8ª série num colégio Adventista do 7ª dia q se chamava Colégio Adventista do Capão Redondo, localizado na Av. Elias Maas, excelente colégio apesar da educação religiosa e do rigor, eu usava saia de pregas e maria-chiquinhas, então todos os dias uma perua ia até minha casa e me levava até o Capão Redondo para estudar.
O Capão, para quem não sabe é vizinho ao famoso Jd. Angela e ao Valo Velho, a maioria dos meu parentes tanto por parte de pai como por parte de mãe moravam espalhados em toda essa região, ou seja, eu cresci mesmo por lá. É assustador perceber como em 10 anos as coisas mudaram, mudaram assustadoramente. Posso dizer q brinquei nas ruas do Capão com meus primos, e de brincadeiras de rua como queimada e barra-manteiga, antes q venham as piadinhas, um dos meus tios tinha um bazar lá, agora ele mora em Petrolina/ PE.
Minha mãe tinha um bazar na região tb, qdo ela começou no bairro reinava a trankilidade, meu tio tinha um mercadinho ao lado e tudo ia muito bem, qdo um dos meninos de lá cresceu e começou a aparecer com carrões, com muita grana e uns amigos esquisitos, mas como apesar de tudo ele parecia muito bem, ninguém ligou, aí começou a aparecer alguns "presuntos" por lá, a cada 6 meses, a cada 2 meses, uma vez por semana, no começo a polícia vinha dar uma olhada, depois nem veio mais, vinha só o IML mesmo p/ pegar o corpo. No começo era assustador, mas a fama da maioria dos que apareciam mortos era bastante suspeita mesmo, então ninguém se sentia ameaçado ainda, afinal, tanto minha mãe como a familia dela são evangélicos, e esse povo eskisito nem falava com evangélicos, e a trankilidade ainda reinava, apesar da apreensão. Foi qdo acontece, esse menino q tinha uns amigos esquisitos sumiu, dizem q ele fugiu, alguns dizem q foi briga com o povo do Arariba, teve gente q diz q foi treta com a polícia, o q aconteceu mesmo ninguém sabe, mas depois q o cara sumiu o bazar da minha mãe e o mercado do meu tio começaram a ser assaltados a mão armada dia sim, dia não, um vizinho chamou a polícia e foi ameaçado. Minha mãe e meu tio fecharam tudo e sairam de lá. Não sei de quem é a culpa, da negligencia dos moradores e comerciantes do bairro, do menino, do governo, o fato é q isso foi acontecendo debaixo dos nossos narizes e a gente nem ligou.
Agora quase todos meus parentes, tanto por parte de pai como por parte de mãe foram obrigados a sair destes bairros, e a coisa se espalha q nem virus, os tentáculos estão crescendo cada vez mais, os bandidos já perceberam q o povo do Valo e do Capão não tem muita coisa a oferecer, só o silencio mesmo, e olha, eu garanto p/ vcs q é muitas mais conveniente e trankilo. Então agora os bandidos grandes saem de lá e vem p/ Moema, p/ Jardins (não, eles não vão p/ Morumbi, pq é território do povo de Paraisópolis). Mas ainda existem os bandidos menores q ficam para atormentar a vida desse povo...
O fato é q eu q vivi lá por tantos anos não entendi direito o q aconteceu, imagine só algumas pessoas q eu vejo por aí, e malemá deram um ou duas voltas dentro de um desses bairros (se chegaram a dar) o q pensam?! Um monte de bobagem na maioria das vezes... ainda mais com a influencia da mídia q distorce tudo... não sabem q a maioria das pessoas q vivem por lá são honestas, mas estão se tornando prisioneiras...
Só sei q é complicado viu, mas eu queria compartihar essas coisas com vcs... espero q vcs tenham entendido ou tirado alguma conclusão disso tudo.
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Urd : 12:32